29.3.05

Hearth is spinning faster!




A dada altura as coisas acontecem mais depressa ou sou eu a dar passadas mais largas e distraídas?
Reparo que não escrevo as coisas que passam e fico com aquela estranha sensação de que foram levadas numa corrente sem que as tivesse ancorado à minha memória... Perdidas? Será que preciso de um registo da minha vida para me lembrar dela? Ou é só o medo de esquecer?
Regressei há 3 meses, pouco antes do terramoto, hoje houve outro e tornei a arrepiar-me... Ao mesmo tempo acabei o meu álbum de fotografias do ano 2004, passado quase todo na Tailândia. É tão diferente do de 2003... Este não tem paisagens... tem pessoas, caras, sorrisos, gargalhadas, rostos e abraços, olhares, tem lapsos de tempo demasiado emocionais para que um dia não venham a doer, tem uma operação cirúrgica ao interior de mim, executada em câmara lenta de Fevereiro a Dezembro. Pareço uma sobrevivente ao desfolhá-lo, porque não há quem tivesse estado lá e que o consiga ver para além da imagem... Tenho saudades.
(estamos aninhados no sofá
e penso que gostava que tivesses vivido tudo isto comigo... porque isto sou eu e a minha vontade é que conheças cada milímetro daquilo que sou).
Há também uma folha imaginária neste álbum... na curta vinda a Portugal, entre Agosto e Outubro. Uma fotografia imaginária de gente na praia, sarons de cores amenas misturadas com o azul do mar... Uma fotografia de palavras, conversas sobre viagens, frases distantes e cheiro a café... Está lá no meio do álbum, invisível e tão intensamente presente!
(e depois ficaste lá sem que eu me desse conta, como uma semente para germinar...)




Depois aprendi que é bom viver contos de fadas e histórias de encantar... mas que é infinitamente melhor quando elas viram realidade (tão bom como receber um vestido de noite vermelho e passar uma noite num hotel de luxo é receber um pijama de flanela e fazer um serão de chá e TV). Que a vida não precisa de ser mais complicada do que aquilo que é!
Há alturas em que nada muda, tudo permanece, dia após dia, incluindo nós próprios... incluindo o que nos entedia em nós... que também permanece, incluindo o que mais do que tudo na vida queremos que seja diferente...que também permanece... cada vez com mais insistência... e cada vez mais permanente... e impertinente... e permanente... e impertinente... e permanente... e impertinentemente permanente.
E de repente já não é.
E de repente tudo acontece... sem que nos tenhamos apercebido onde, no caminho é que mudámos de sentido!!
... e se calhar nem mudámos de sentido, olhámos apenas numa direcção diferente.
(... acho que foi de olhos vendados que olhámos... tirámos as vendas abrimos os olhos e sentimos.... olho sem poder acreditar. Sento-me no tapete vermelho, o fumo solta-se dos meus dedos e sobe não sei onde vai. Quero que isto nunca acabe!)

8.3.05

Encontros do umbigo ou os abraços em raíz


As pessoas procuram-se porque normalmente não se têm
As pessoas extasiam-se com a dança porque normalmente não dançam
Não dizem amo-te! ou odeio-te!... vivem as emoções pela metade
Evitam chorar ou rir descabidamente para não dar muito nas vistas?
Não insistem nos sins ou nos nãos porque desistem dos pontos de vista...
Não dão abraços de-mo-ra-dos com medo de se tocarem!!

Fizemos tudo isso demorada e exageradamente, dançamos até à exaustão e nunca mais fomos os mesmos!
Obrigada Biguitos!
Encontrei-vos!
Encontrei-te!